invisible invisible invisible invisible invisible invisible invisible invisible invisible invisible

a agoirar desde 2004

Busca    |    Arquivo    |    Temas    |    Ligações    |    Mediateca    |    Sobre o blog    |    RSS      |    Gosta?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mentalizem-se

O mundo vai acabar. E há-de ser numa segunda-feira.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quando eu for grande

Quando eu for grande, quero ser funcionário público. Não que queira tornar-me lambão, mas agrada-me ter essa possibilidade. E porque gosto de me sentir moralmente superior a quem é.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Desafio

O que vê nesta fotografia antiga?

1. A cabeça de um homem com barba e cabelos longos, à frente de outro homem sentado e uma mulher de pé.
2. Jesus Cristo, com um olho negro, a meter-se à frente do casal.
3. Nenhuma das opções anteriores.
A resposta, em breve, num comentário perto de si.


(De Our Strange World, lido em Dvorak Uncensored)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Rosa chique

E por falar em consumismo, o Natal está aí. Se tem afinidade com alguém de cabelo loiro e do sexo feminino, e ainda não comprou nada para lhe oferecer, pense nisto (clique para ampliar):


Diga lá se não é lindo? E o cor-de-rosa está na moda! Pois saiba que este pedaço de hardware cheio de glamour, o Keyboard for Blondes foi feito a pensar em loiras, mas não necessariamente burras. Senão vejamos:

  • Atalhos para text messaging (LOL e OMG, p.ex.) e facilidades na digitação de smileys;
  • Denominação mais adequada das teclas. Enter é agora "Yes! I Want It!", o Escape é o "No!" e o Shift passa a chamar-se "Smart Blonde Button";
  • Teclado numérico com pintinhas em vez de algarismos, para facilitar o trabalho das loiras de contabilidade;
  • O fim das teclas de desportos motorizados. Nunca percebi: afinal para que raio serviam aqueles F's todos? Fórmula 1, Fórmula 2, Fórmula 12...? Eu nem sabia que havia tantas! Agora estão lá mas formam a frase "Useless Keys". Toma!
  • Any Key -- um mito urbano, finalmente destruído! Com classe.
E muito mais. Não sendo muito caro, esta original pérola de usabilidade pode muito bem ser a prenda perfeita.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A história das coisas (ou Zeitgeist)

Andou por aí um polémico filme sobre conspirações secretas de dominação planetária. O "documentário" causou, um pouco por toda a web, apaixonadas discussões. Quase todos tomaram partido, a favor ou contra as teorias apresentadas. Muitos tentaram -- e alguns conseguiram -- desmontar as incorrecções do filme. Feito o balanço, nada. Os críticos, mais seus umbigos, ficaram felizes, pois destruíram uma coisa que, de tão mal feita, estava mesmo a pedi-las; os defensores continuam a acreditar, porque sim, nas teorias insustentadas de um filme de propaganda que, afinal, nunca pretendeu expor o estado actual da nossa civilização. Inadequadamente, chama-se Zeitgeist. Hoje, porém, vou falar-vos de outro, que mais oportunamente se poderia chamar Zeitgeist (*).

"A nossa economia enormemente produtiva... exige que façamos do consumo a nossa forma de vida, que convertamos a compra e o uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego, em consumo... precisamos que coisas sejam consumidas, queimadas, substituídas e descartadas a um ritmo sempre mais acelerado." (Victor Lebow, 1955)

A sociedade do consumo. Há muito que assim nos habituámos a designar a nossa, rendidos à evidência. Queremos coisas, muitas coisas. Compramos, temos, mas queremos mais, e compramos mais. Desperdiçamos. Ninguém o esconde. Mas afinal o que está na essência desta nossa característica? Porque raio somos escravos dos objectos? Será que somos mesmo escravos dos objectos?

The Story of Stuff (A História das Coisas) é um vídeo animado que explica de forma simples e rigorosa como funciona o grande lobby do consumismo ou, como li algures, "o caminho, ardilosamente planeado, da nossa sociedade de consumo". Mais que um apelo ao ambientalista que há em nós, este filmezinho consegue, em 20 minutos, ser o retrato perfeito da civilização ocidental dos nossos dias, um didáctico grito de alerta a uma humanidade manietada e desumanizada... voluntariamente! Nas entrelinhas, uma subtil análise sociológica. Um Zeitgeist.

O vídeo teve o patrocínio da Tides Foundation, uma ONG progressiva, não-lucrativa, dedicada ao financiamento de projectos de cariz social. O argumento e a narração são da activista Annie Leonard.

Agradeço ao Esquisito a divulgação que fez -- vale mesmo a pena! -- e peço-vos muito, muito, que vejam este vídeo com atenção. No site, em Flash ou QuickTime, ou aqui, legendado em português:

The Story of Stuff

"Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem"
(Jorge Palma, A Gente vai Continuar)

______________
(*) Zeitgeist (Wikipedia): "[...] termo alemão cuja tradução significa espírito de época ou espírito do tempo. O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo."

terça-feira, 11 de novembro de 2008

American dream (a pensar morreu um burro)

A irreverente Sarah Palin, recém-derrotada na corrida à vice-presidência dos EUA, afirmou, diz o Público, que não põe de parte uma candidatura à Presidência em 2012, marcando uma posição de força como potencial sucessora do até agora palhaço-mor do reino do entretenimento político, George W. Bush. O Partido Republicano terá aqui, a meu ver, a oportunidade histórica de continuar na vanguarda da luta pela igualdade de oportunidades. Basta de se favorecerem pessoas competentes e informadas em desfavor dos completos mentecaptos e ignorantes. Todos temos direitos!

Palin assegurou ainda que "confia em Deus para lhe mostrar o caminho para a Casa Branca", o que, convenhamos, será útil, já que é sabido que a senhora não prima pelos seus conhecimentos de Geografia, não sendo certo que quatro anos sejam suficientes para recuperar o tempo perdido.

Haja fé. E lenços de papel.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Get a dog!

domingo, 12 de outubro de 2008

In God we trust

As notas de Dólar deviam ser assim.
Clique na imagem para ver os detalhes.


In The Monkey Cage

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Another brick in the wall

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Um guia de fraudes

Quem nunca viu a sua caixa de correio electrónico cheia de lixo publicitário? Pois. Ou supostas mensagens pessoais de amigos brasileiros que não conhecemos? Ou propostas de negócios simplesmente... irrecusáveis? Vá lá, diga lá que nunca recebeu generosos e-mails de pessoas desconhecidas, prometendo quase tudo em troca de uma ninharia? Ah, e aquelas promoções extraordinárias, que às vezes ainda me tiram do sério, do género "a Sony-Ericsson oferece-te um telemóvel se enviares este e-mail para todos os teus amigos"?...

Há um lugar onde a falta de (in)formação encontra a ingenuidade, e é assustadora a quantidade de gente que ainda lá vive.

Por isso, baseada num original australiano, a Direcção-Geral do Consumidor elaborou O Livro Negro dos Esquemas e Fraudes na Net, com o subtítulo Um Guia de Fraudes, Vigarices, Trapaças, Burlas, Intrujices, Logros e Desfalques para Uso do Consumidor. De leitura bastante fácil, recomendo-o a toda a gente, até aos internautas mais experientes - é sempre bom estar alerta e aprender coisas novas. Aos outros, a sua leitura pode ser essencial, não só para evitarem situações manhosas, mas também porque os primeiros já passavam bem sem certos forwards. Leiam, por favor. Qualquer dúvida, perguntem.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Farewell, Rick

Richard Wright (1943-2008)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Generosidade

Hoje permiti que um amigo comesse as metades sem recheio das minhas bolachas com creme de morango.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Inseguranças



O Global Peace Index é um ranking global que pretende avaliar o nível de segurança de cada país. É baseado em estudos feitos por várias instituições e especialistas internacionais, avaliando indicadores concretos, internos e externos, como os níveis de crime e violência interna do país, o investimento em armamento, ou mesmo as guerras em que está envolvido.

A classificação é muito interessante, a vários níveis, mas vou aqui deter-me num país apenas: Portugal.

Feitas as contas, Portugal é considerado o sétimo país mais pacífico do Mundo, à frente, por exemplo, do Canadá, da Suíça, da Suécia e da Holanda, e distante dos vizinhos do Sul europeu, Espanha, Itália e Grécia. Subiu três posições em relação a 2007. O DN, citando o relatório de resultados diz:
  • "o número de polícias por habitante é «relativamente baixo em termos globais», embora bastante mais do que nos países nórdicos".
Isto é, apesar de termos um país seguro, temos mais polícia que os considerados mais pacíficos, seguros e progressistas do Mundo, os nórdicos. Isto é, apesar de Portugal ser considerado mais seguro que a maioria dos países nórdicos e de, não sei se paradoxalmemte, ter mais polícia que eles, assiste hoje -- e há anos! -- a uma campanha histérica dos políticos da oposição e da comunicação social -- principalmente desta -- contra os "níveis galopantes" de crime e insegurança no país.

Pelo negócio, pelo monopólio, por um admirável Mundo novo, o jornalismo da treta e os big shows sensacionalistas sabem o que têm a fazer. E, atenção, fazem-no bem.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Andanças

Três dias bastaram para o Andanças me dar a volta à cabeça. E ao corpo!

Terminou no passado dia 10 de Agosto a 13ª edição do festival Andanças, que acontece anualmente em Carvalhais, S. Pedro do Sul.

Para quem não conhece, o Andanças é uma festa de músicas e danças tradicionais de todo o Mundo, uma alegre celebração multicultural que, acreditem ou não, motiva as pessoas à participação. Se a apatia é possível noutros festivais de Verão, na a aldeia de Carvalhais ela fica à porta. Não vamos ao Andanças para ver, mas sim para fazer.


Passar algum tempo no Andanças é uma expreiência inesquecível. Os dias começam com workshops dos mais variados géneros de dança, mas não só; yoga, massagens, ou meditação podem ser boas opções para recuperar de uma noite longa. Cada um é livre de fazer o que quiser, se e quando quiser. Durante a tarde, as aulas continuam. E todos participam, arrisco dizer. Novos e velhos, alternativos ou nem tanto, todos podem experimentar uma quantidade impressionante de danças: do fandango ribatejano às elegantes danças mímicas indianas, passando pela energia brutal e contagiante dos ritmos tribais africanos. Para quem não achar interressante, pelo menos, compreender um pouco da cultura tradicional de um país longínquo, o Andanças definitivamente não serve...

À noite, começa a festa a sério. Bailes, concertos, festas onde cada um, sem vergonha e sem censuras, pode pôr à prova aquilo que aprendeu durante o dia, ou apenas improvisar, dar asas à imaginação e aos pés, porque a noite não acaba. A tenda e o saco-cama podem esperar, o Andanças só dura uma semana.


Devo dizer que fiquei muito bem impressionado com a organização do festival. Bom ambiente, boa onda, é mesmo isto o que se sente no recinto e no acampamento. Raros são os excessos de álcool, talvez porque apenas é permitido beber fora das pistas de dança, motivando as pessoas à diversão e não à bebedeira.

Cinco estrelas para a higiene. Não há dúvidas que o grande ênfase dado à preservação do ambiente teve os seus frutos. O Andanças é ecológico ao ponto de quase não serem usados materiais não recicláveis, como copos de plástico, por exemplo. Há desconto nas refeições para quem levar prato e talheres, e quem quiser beber leva copo, senão não bebe! Eh, eh! Ou aluga uma das famosas e mui elegantes canecas (ver imagem acima) fornecidas pela organização. Organização que, diga-se, é formada essencialmente por voluntários, logo prestáveis e simpáticos, o que por si só valoriza o espírito comunitário do evento.



Muito mais haveria a dizer, mas fico por aqui. Deixo ao leitor o convite para lá ir em 2009 e viver uma experiência inesquecível de música, dança, convívio e... ar puro, para variar. No Andanças, o difícil é escolher, e o principiante incauto, que se entusiasme em demasia à chegada, corre o risco de ficar sem gasolina logo ao segundo dia. Acreditem, eu sei! Mas não há problema: é descansar... para recomeçar!

Fotografia: Gato Preto e LM

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Opções (ou porque somos tão pequenos)

Este é o pensamento político que temos:

  • estádios de futebol, hoje às moscas;
  • TGV;
  • novo aeroporto;
  • nova ponte;
  • auto-estradas onde, na maioria dos casos, bastaria criar estradas com bom piso, prevendo "variantes" que as desviassem das localidades;
  • etc, etc.
A quem, na verdade, serve tudo isto? Portugueses, pensem: a quem vai servir o TGV?
  1. Aos fabricantes de material ferroviário (e aos seus agentes internos, sob a forma de "luvas");
  2. Ás construtoras de obras públicas e... ;
  3. Claro, aos bancos que vão financiar a obra!
Os portugueses ficarão -- uma vez mais -- endividados durante décadas por causa de mais uma obra megalómana.

Experimentem ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos Alfa por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio aos passageiros. A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demora cerca de cinco horas.

Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem, perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza. A resposta está
  • na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior;
  • nos seus museus e escolas de arte;
  • nas creches e jardins-de-infância em cada esquina;
  • e nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.
Percebe-se bem porque
  • não construíram estádios de futebol desnecessários;
  • não constroem aeroportos em cima de pântanos;
  • nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem /custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo. É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França, Alemanha e Espanha e, embrionário, segundo o eixo longitudinal da Itália (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos
  • na Noruega;
  • na Suécia;
  • na Holanda;
  • e em muitos outros países bem mais ricos do que este "quintal" mal gerido.
Tirar 20 ou 30 minutos ao Alfa Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País. Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, será um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.

Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se:
  • 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma);
  • mais 1000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma);
  • mais 1000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).
E ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.

Adaptado de Anovis Anophelis

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vacas alinhadas

Huuuuuuuum... Não, não comecem já a maldizer. Isto é importante. Mesmo.

Cientistas alemães (e sabe-se como os alemães são competentes e atinadinhos) publicaram um estudo onde afirmam que, em repouso ou em (re)pasto, as vacas tendem a orientar sempre os seus volumosos corpos na direcção Norte-Sul.

Os meticulosos cientistas da Universidade de Duisburgo-Essen passaram horas sem fim a estudar imagens do Google Earth à pesca de vacas, muitas, muitas vacas, chegando a esta interessante conclusão.

Por ser difícil, até através de satélite, distinguir alguns rabos das respectivas cabeças, não é ainda certo se as pachorrentas afocinham para Sul ou Norte, mas esta conclusão já permite aos estudiosos associar o insólito comportamento ao famoso campo magnético terrestre, o mesmo que, como há muito se sabe, orienta as bússulas e os homens que as sabem usar.

Os resultados desta investigação poderão vir a ter grande utilidade, nomeadamente para praticantes de orientação, campismo selvagem ou foragidos da polícia, bastando que observem a posição das vaquinhas para saberem, precisamente, que os rabos ou os chifres das vaquinhas apontam para Sul ou para Norte.

Em exclusivo para o Blog do Gato Preto, um desgraçado investigador de uma universidade portuguesa comentou, sob anonimato, esta notícia, afirmando que é preciso ter muito leite para conseguir financiamento para um estudo destes. G’anda vaca!, desabafou.

Fonte: BBC News

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Reacções à invasão da Geórgia

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Bitaites

De vez em quando, para arejar, gosto de alargar os meus horizontes blogosféricos. Seja através dum motor de busca, ou dos favoritos de alguém, parto à aventura e raramente deixo de me surpreender. Hoje partilho com vocês um blog que descobri há pouco tempo. Por não morrer de amores por certos blogueiros famosos, superstars neste país de vira-casacas e papa-açordas, tive, ao início, grande relutância em dar crédito a tops ou boas críticas na imprensa. Assim me foi passando ao lado um Bitaites, que parece que começou por ser um blog sobre informática. Já não é e ainda bem. O autor, Marco Santos, escreve agora sobre tudo o que lhe apetece. Escrita clara e de bom gosto num site bem desenhado, é uma referência da blogosfera em língua portuguesa.

Sobre o recente assalto a uma dependência do BES, Marco Santos escreve:

Bem sei que somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas e que há muitas pessoas com dificuldades na vida que não pensam em assaltar um banco e fazer reféns; mas não consigo condenar com tanta facilidade um ser humano partindo apenas da ideia de que o mundo está dividido entre crianças que querem ser astronautas e as outras que querem ser más quando forem crescidas.

Sensibilidade e bom senso (inteligência, afinal) são qualidades que aprecio. Se aliadas à frontalidade, então eu rendo-me.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Parem tudo!

Público: Cavaco Silva interrompe as férias para falar hoje à noite ao país pela televisão

CavaquinhoCaramba pá, eu já tinha coisas marcadas pra logo...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

The Great Firewall of China

Mas não há problema. O circo vai continuar, como sempre, e o negócio está garantido.


Pequim 2008: China vai censurar Internet utilizada pelos media estrangeiros

A China vai censurar a Internet utilizada pelos media estrangeiros durante os Jogos Olímpicos de Pequim, indicou hoje um responsável do comité de organização, recuando numa promessa de garantir liberdade total aos media durante o evento.

"Durante os Jogos Olímpicos, vamos fornecer um acesso à Internet suficiente para os jornalistas", indicou Sun Weide, porta-voz do comité de organização dos Jogos Olímpicos. [...]

Os jornalistas que trabalham no principal centro reservado à imprensa durante os Jogos Olímpicos queixaram-se de não poder aceder aos sites da organização Amnistia Internacional, da BBC, da rádio alemã Deutsche Welle, bem como dos jornais de Hong-Kong "Apple Daily", e de Taiwan, "Liberty Times".

"A nossa promessa era que os jornalistas pudessem dispor de Internet para o seu trabalho durante os Jogos Olímpicos. E nós concedemos acesso suficiente para isso", acrescentou Sun.

No entanto, o comité de organização dos Jogos Olímpicos, sob pressão do Comité Olímpico Internacional (COI), prometeu um acesso completo à Internet para os milhares de jornalistas na China durante o evento, entre 8 e 24 de Agosto. [...]

(Público)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Modigliani

Serviu o filme homónimo para me dar a conhecer Amedeo Modigliani (1884-1920), um artista de origem italiana cuja obra deixou marca na criativa e conturbada época da Primeira Guerra Mundial.

Das pinturas de Modigliani se diz que são sensuais, não tanto pelo nu em si, mas pelo peculiar alongamento dos tr
aços, como que exprimindo um desnudamento da alma humana. Segundo o próprio, expressavam "a muda aceitação da vida".

Os retratos, talvez em reacção ao advento das tecnologias da imagem, estão muito longe do realismo fotográfico, mas possuem uma abstracção que nos prende, subtilmente, com a sua quase-ingenuidade.

(Clique nas imagens para aumentar)

Atracção pelo ridículo

Massagens proibidas nas praias algarvias

O comando marítimo do Sul decidiu proibir as massagens nas praias algarvias. A justificação para esta proibição está relacionada com o receio de eventuais fins mais quentes de massagens que até podem começar inocentes.

(TSF)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Algumas reflexões sobre o divórcio

(Texto de Carlos Esperança no Diário Ateísta)

Faltando-me experiência para dar testemunho sobre o divórcio, corro o risco de parecer um padre a falar do matrimónio. Herdei o espírito monogâmico e o hábito de manter os laços conjugais mas sei da vida o suficiente para ter a convicção de que não é o divórcio que interrompe o casamento, é o fim deste que dá origem ao divórcio.

Há almas pias que vêem na consequência a causa e na tentativa de evitar males maiores uma conspiração contra a instituição que os tempos se encarregaram de tornar precária.

Claro que hoje já não é hábito assediar uma divorciada, apontá-la à execração pública e atribuir-lhe a culpa que é apanágio da mulher, uma espécie de complemento do pecado original. Mudaram-se os tempos e as leis, e o divórcio deixou de ser o ferrete vexatório que perseguia a mulher, enquanto o homem, como sempre, gozava de compreensão.


Lembro-me das primeiras divorciadas que conheci e da forma como eram recriminadas pela inépcia na sedução dos maridos, resquícios de tribalismo machista que a sociedade rural e beata se encarregava de perpetuar.

Quando, a seguir ao 5 de Outubro de 1910, a República instituiu o matrimónio, eram vulgares as manifestações de rua com catequistas, celibatárias e padres a condenarem a lei que resolveu situações intoleráveis.

Quando, depois do 25 de Abril, sendo ministro da Justiça Salgado Zenha, se permitiu o divórcio a quem tinha um casamento católico, que a Concordata tinha definido como perpétuo, houve apenas manifestações de júbilo e a faculdade de resolver casos de mancebia, incluindo o do Dr. Sá Carneiro, governante que não via necessidade de uma Concordata.

Agora, 34 anos depois do 25 de Abril, as alterações legislativas para facilitar o divórcio, a fim de o tornar menos traumático, uniram contra si as associações pró-família, vários sectores conservadores, meios religiosos, alguns magistrados e o próprio PR que a idade vai tornando cada vez mais devoto.

Grupos de pressão donde nunca partiu um aviso sobre violência doméstica, pessoas pias que jamais denunciaram maus-tratos conjugais e associações que nunca emitiram uma opinião sobre mulheres assassinadas pelos maridos (são elas as vítimas mais frequentes) vêm agora, tal como aconteceu em Espanha, fazer um enorme ruído sobre uma lei que, na minha opinião, traduz um avanço civilizacional.

É preciso lembrar que o divórcio é a consequência de um casamento falhado e jamais a causa do seu termo. Arrastar pelos tribunais a devassa da vida íntima e a crispação de uma ruptura é acrescentar um sofrimento suplementar para o casal e para os filhos, se os houver. Um tormento inútil por causa de um preconceito.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Hoje apetecia-me...

... cantar a Ravachola.

Dansons la Ravachole,

Vive le son, vive le son,
Dansons la Ravachole,

Vive le son
D’l’explosion!
Ah, ça ira, ça ira, ça ira,

Tous les bourgeois goût’ront d’la bombe,

Ah, ça ira, ça ira, ça ira,

Tous les bourgeois on les saut’ra...

On les saut’ra!


Link: François Claudius Koeningstein, "Ravachol" (Wikipedia)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pretty vacant

Ao que parece, a imprensa pegou nisto pelo lado fácil da polémica xenófoba. Mas o que mexeu comigo não foi o facto de as crianças em causa serem ciganas. Lá pelo meio dos comentários incríveis que muitos leitores do Público fizeram, li um que, enfim, pôs as coisas no seu lugar:

Eu só falo por mim, não conseguiria continuar a comer calmamente e a apanhar sol com dois cadáveres perto de mim. Acho esta atitude muito degradante, independentemente de serem crianças ciganas ou não. (Rita, Lisboa)

~ * ~

Itália: banhistas indiferentes aos corpos de duas crianças ciganas no areal

[...] As raparigas ciganas não saberiam nadar e ter-se-ão afogado quando foram apanhadas numa onda. Os nadadores-salvadores só conseguiram salvar as amigas de Violetta e Cristina.

Os seus corpos foram levados até à praia e cobertos com toalhas, o que atraiu a curiosidade dos banhistas. Mas por pouco tempo, porque depois dispersaram lentamente.

Uma hora depois
chegou a polícia que levou os corpos. Durante este tempo, poucos foram aqueles que deixaram de apanhar Sol ou de almoçar, a escassos metros dos corpos das crianças.

“Poucos saíram da praia ou deixaram de apanhar Sol. Quando a polícia chegou uma hora depois, as raparigas foram levadas por entre os banhistas deitados na areia”, conta o “Corriere della Sera”, citado pelo “The Guardian”.
[...]

(Público)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Parabéns, ainda

Parabéns, Madiba

Talvez seja mau hábito, mas há muito que me acostumei a olhar Nelson Mandela com um aperto na alma, um misto de ternura e medo. Acho que, mesmo inconscientemente, já me assusta aceitar que um dia este homem único nos deixará. Sim, desenganem-se, não há mais como ele. Gandhi houve só um, durou pouco, não deixou linhagem. Mandela há só um, também. Um homem, um mortal, mas tão grande que já não cabe no seu país. No seu país, um que, apesar de tudo, creio que é hoje um lugar melhor para se viver.

Nelson Mandela é só, assim de repente, o único político honesto que eu conheço, neste tempo em que reinam os mentirosos e os assassinos. Um exemplo de tenacidade e de luta, mas sobretudo de integridade e decência. Como o mundo precisava de mais pessoas como ele!

O Madiba faz hoje anos. Longa vida ao Madiba!



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...