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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Cid Teles, o que queria ser tudo

Aqui Jaz o Cid Teles
Sob esta pedra gelada,
O que queria ser tudo
E afinal nunca foi nada.


Rais me partam se esta porcaria de blog já parece um obituário, mas dói-me ver partirem, um a um, os grandes da minha galeria de indispensáveis. Os que guardam, secretamente, a restrita biblioteca dos valores que me vão construindo. Largos e irrecuperáveis pedaços de Humanidade.

Faleceu há dois dias um homem que faz muita falta à sua terra.


Tenho uma ânsia enorme de viver
Um desejo sangrento de lutar!
Quero dos outros tudo merecer
E mais do que ninguém ter para dar.

Avaro, quási a medo, ando a colhêr
Fôlhas de louro para me adornar;
Quantos agora passam sem me ver
Curvar-se-ão depois quando eu passar!...

Hei-de ter cetros, c'roas, pedrarias;
Castelos senhoriais, tôrres esguias,
A perder-se no Céu em rósea bruma...

Quero tudo na vida! Mas na morte,
Só desejo a altivez serena e forte
Duma onda desfeita em branca espuma!

Aspiração, por Manuel Cid Teles (Sombras, 1934)


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Há ainda quem cuide bem deles

sexta-feira, 20 de março de 2009

Entrevista: Broken Sidewalk

Já aqui falei de Heading Somewhere, o primeiro disco do projecto Broken Sidewalk, do aveirense Pedro Mostardinha. Mas quem melhor que o próprio, para falar sobre o seu trabalho? A voz ao artista. Segue a entrevista.

*
Vitor Hugo: Pedro, dá-me três boas razões para eu comprar o CD de Broken Sidewalk.

Pedro Mostardinha: Esta pergunta é de certa forma complicada de responder... As razões que levam as pessoas a comprar CDs podem ser variadas, sendo um pouco pessoais por vezes, cada pessoa pode ter uma razão distinta para comprar um CD, se bem que por norma as pessoas compram porque gostam das músicas. No meu caso, acho que deves comprar o CD de Broken Sidewalk se gostares das músicas ou se o CD representar algo para ti. Na minha perspectiva é um disco bastante variado, que representa o meu trabalho em cerca de dois anos e tem uma capa que é bem gira. :P


VH: Sei que já tens amigos e fãs a ouvir o CD. Tens tido feedback?

PM: Sim. O que tenho ouvido é certamente positivo, as pessoas têm gostado do disco. Algumas pessoas ficaram surpresas, acho que imaginavam o álbum de outra forma. A presença da canção Move it, que foge um pouco ao estilo das outras músicas, também causou surpresa em algumas pessoas, não esperavam aquela canção no álbum. Quanto a musicas favoritas, noto uma grande dispersão, não existe uma música que seja claramente favorita, que traduz um pouco a “variedade” presente em Heading Somewhere.


VH: Desde a própria música, passando pela produção, gravação, até às questões burocráticas, acabou por ser fácil criar um disco sem a ajuda de uma editora? Foi caro? No geral, compensou?

PM: Bom, no processo de gravação houve por vezes alturas em que me senti um pouco frustrado por a canção que gravava então não soar como queria, senti que podia soar melhor mas não possuía equipamento para isso. Com isso em vista, perdi muito tempo a experimentar sons, procurar a sonoridade que imaginava para essa música, a insistir em obter o melhor resultado para ela. Quando componho a canção, imagino-a na minha cabeça, imagino uma sonoridade, mas quando gravo as coisas não soam como imaginei, têm uma sonoridade diferente, por vezes melhor, por vezes bem pior. Mas concluindo, acho que o álbum está bem gravado, para quem não recorreu a um estúdio de gravação. Quanto ao aspecto burocrático, não o considero complicado e o facto de ter sido eu a gravar acarretou menos complicações no registo. O investimento é de facto um risco, revelo que nesta altura ainda não vendi suficiente para cobrir a despesa, mas de qualquer maneira já consegui fazer chegar a minha música a algumas pessoas, que é o objectivo principal nesta fase, promover o meu trabalho e partilhá-lo com as pessoas.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Broken Sidewalk: Heading Somewhere

Há Rock em Aveiro. Broken Sidewalk, um projecto da autoria de Pedro Mostardinha, músico amador, lançou há poucas semanas o seu primeiro CD. Heading Somewhere é o nome do álbum, completamente produzido pelo cantor, músico e letrista, e já está disponível na web, na loja do autor.

Hoje, vou falar-vos do álbum, e em breve publicarei aqui uma entrevista com o Pedro.


COMENTÁRIO

Quem começa a ouvir Heading Somewhere sabendo que Broken Sidewalk não é uma banda normal, mas um projecto embrionário constituído por uma pessoa apenas, não deixará de ficar imediatamente surpreendido pela qualidade das composições sonoras que nos oferece. Além disso, Always running, faixa 1 e uma das melhores canções do disco, não deixa dúvidas: o que aqui temos é Rock-pop romântico, 'cause I still dream and still believe.

Com altos e baixos, o estilo mantém-se até à quinta faixa: os refrões simples e eficazes, potencialmente comerciais, dão voz a vários candidatos a hinos pop. Yeaaaaah! I'm feeling so lost for you, my girl... Destaco It might take a while, pelo tempo que demorei a tirá-la da cabeça. O início suave de Far away from here lembra uma caixa de música, que vai tomando uma sonoridade estranhamente natalícia (não é um elogio) e, a espaços, roqueira. Prenúncio do que aí vem.

No meio, a pérola: The sun never goes down é a melhor canção deste álbum, o verdadeiro "sunrise" de Broken Sidewalk. Esta "ópera rock" mostra, em nove minutos, tudo do que é capaz o jovem aveirense. A meio da canção, a cereja, um delicioso solo de guitarra que nos faz imaginar as coisas lindas que o Pedro poderá fazer no futuro... E por falar em Rock, ei-lo novamente, não brilhante mas competente, na faixa 7.

Para o que se passa a seguir, sem querer desculpar-me, não serei o crítico mais favorável: confesso, não gosto por aí além de música electrónica. De romantismo Pop, é melhor nem falarmos -- tenho um filtro qualquer nos ouvidos que rejeita lamechices. Daí as notas abaixo. Aparte a minha limitação auditiva, devo admitir que, dentro do género, o Broken Sidewalk das baladas não fica a dever muito aos seus congéneres profissionais. Além disso, só pode ser bom, para um músico cuja carreira ainda agora começa, entrar de forma tão promissora em vários estilos musicais.

O disco termina, portanto, em toada calma, minimalista (acústica, até, em No one's there for you tonight) e (sempre) optimista: I must go out and fight for what I want. I don't believe it's over!

Também eu não. Há Rock de Aveiro.


FAIXAS

  1. Always running (3*)
  2. So lost (3*)
  3. Let it go (2*)
  4. It might take a while (3*)
  5. Far away from here (2*)
  6. The sun never goes down (4*)
  7. Stranger in a world I don't belong (3*)
  8. Move it (1*)
  9. No one's there for you tonight (3*)
  10. Sorry (2*)
  11. Always tomorrow (2*)
MÉDIA 3*

* Classificações entre 0 e 5, que reflectem apenas
a minha opinião ou gosto pessoal.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Palavras sábias

Never, ever approach a computer saying or even thinking "I will just do this quickly".

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Heresias motivacionais


Então, é assim:

The idea here is to provide a place to link to which saves time in having to repeat many common arguments or dispel false assumptions (for example, Is Atheism a "belief"?).
Segundo os seus editores, a FreeThoughtPedia pretende ser um repositório de informação relacionada com o pensamento crítico. Uma espécie de wikipédia dos livres-pensadores. O destaque maior, por força das circunstâncias, é dado ao Ateísmo, e a wiki inclui vários artigos que tentam esclarecer os seus argumentos e defendender-se das falácias e incoerências dos teístas. Acontece que, por me sentir escandalosamente preguiçoso, não li ainda a maior parte do site, tendo-me sobretudo chamado a atenção duas das suas secções, de leitura fácil:
Da primeira, o título é eloquente, e é baseada em sábia legislação emanada da grande nação estadunidense, que inclui pérolas como esta:
No person who denies the existence of a Supreme Being shall hold any office in this state.
Mississippi State Constitution
Article 14 ("General Provisions"), Section 265
Um must, mas a cereja no topo do bolo, a maçã do Éden que a FreeThoughtPedia me deu a provar, foi mesmo a sua Gallery of Motivational Posters: duas mãos cheias de postais de propaganda ateia, alguns possuídos de lucidez impagável e agudeza notável. O alvo-mor das ímpias farpas: o Cristianismo.

Cruel? Ser assim cruel é saudável. Chamem-me herege. Chamem-me excêntrico. Decretem-me uma fatwa. O que vocês têm é falta de sexo.


Mostro-vos hoje dois postais. Haverá mais, se deuses quiserem ou não.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Grande lata

Anterozóide, por Antero

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Negação

Dilbert, por Scott Adam

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Esta vida de marinheiro

João Aguardela (1969-2009)

Mais aqui.

Bamos lá!

Começou no primeiro dia deste ano, num computador perto de si, mais um sítio da blogosfera.
-- E daí? Começam tantos, todos os dias...
Pois começam, milhares deles até, mas neste eu participo. Chama-se Bamos lá!
-- Ah, pronto, OK. Vamos onde?...
Agora, se tiverem a amabilidade de parar de me interromper, passo a citar o primeiro editorial do Bamos lá!:

Feito por gente sem tempo para gente sem tempo.

Uma das frases que mais se ouve nos nossos dias deste nosso mundo dito civilizado é "Não tenho tempo.", ou a equivalente, um pouco mais fina, "Estou muito ocupad@".

Não tenho tempo para tomar um café com os companheiros, amigos, palhaços.
Beber umas cervejas?! Oh! Já lá vai o tempo! Agora esgotou-se.
Não tenho tempo para ler o jornal. Que digo?! Não tenho tempo para ler, ponto. Nem mesmo no pequeno escritório onde todos os dias nos sentamos, tendo ao lado os belos folhetos publicitários dos supermercados!
Não tenho tempo para praticar exercício, nem para um passeio, nem para um concerto, nem para…

Já disse: "Não tenho tempo".

Deste lado da barricada, também sofremos do mesmo problema. Já indagámos, já corremos vielas escuras, contactámos informadores, pagámos preciosas ondas telepáticas com o altíssimo e outros que tais… Nada. Ninguém sabe onde encontrar tempo, mais tempo.

Dado o problema e com falta de soluções à vista, a ideia luminosa apareceu: Bamos lá!

Bamos lá! não é um grito do Norte. É um grito de desespero, uma fuga de um beco que parece sem saída, é a tentativa de encontrar um momento onde o tempo, pela multiplicação do diálogo, seja parado. O "v" de todos os dias dá lugar a um "b" singular, que se destaca e reivindica a sua diferença. Ambas existem, co-existem. Este é o mote para atingir uma "linguagem menor" no seio de uma "linguagem maior" (conceitos tão bem explicados e hiperbolizados pelos nossos dois amigos Deleuze & Guattari).

No meio deste uniformização que nos absorve e nos quer todos iguais, o repto é parar, observar, pensar e partilhar.

Que melhor meio do que as Artes para podermos pensar o nosso mundo em tudo o que tem de positivo, negativo, neutro (ou neutralizador?)…?

Do cinema à literatura, passando por pintura, escultura, fotografia, B.D. e outros afins, Bamos lá!: observar, pensar e partilhar essas reflexões sobre aquilo vai acontecendo à nossa volta.
Bamos lá! – reivindicar o tempo para pensar!

A Equipa do Bamos lá!
A equipa, para já, é constituída por quatro membros: F. Neto, L. Carvalho, rosanita e eu. Apareça por lá. Está em http://bamosla.blogspot.com/.



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