Já aqui falei de Heading Somewhere, o primeiro disco do projecto Broken Sidewalk, do aveirense Pedro Mostardinha. Mas quem melhor que o próprio, para falar sobre o seu trabalho? A voz ao artista. Segue a entrevista.
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Vitor Hugo: Pedro, dá-me três boas razões para eu comprar o CD de Broken Sidewalk.
Pedro Mostardinha: Esta pergunta é de certa forma complicada de responder... As razões que levam as pessoas a comprar CDs podem ser variadas, sendo um pouco pessoais por vezes, cada pessoa pode ter uma razão distinta para comprar um CD, se bem que por norma as pessoas compram porque gostam das músicas. No meu caso, acho que deves comprar o CD de Broken Sidewalk se gostares das músicas ou se o CD representar algo para ti. Na minha perspectiva é um disco bastante variado, que representa o meu trabalho em cerca de dois anos e tem uma capa que é bem gira. :P
VH: Sei que já tens amigos e fãs a ouvir o CD. Tens tido feedback?
PM: Sim. O que tenho ouvido é certamente positivo, as pessoas têm gostado do disco. Algumas pessoas ficaram surpresas, acho que imaginavam o álbum de outra forma. A presença da canção
Move it, que foge um pouco ao estilo das outras músicas, também causou surpresa em algumas pessoas, não esperavam aquela canção no álbum. Quanto a musicas favoritas, noto uma grande dispersão, não existe uma música que seja claramente favorita, que traduz um pouco a “variedade” presente em
Heading Somewhere.
VH: Desde a própria música, passando pela produção, gravação, até às questões burocráticas, acabou por ser fácil criar um disco sem a ajuda de uma editora? Foi caro? No geral, compensou?
PM: Bom, no processo de gravação houve por vezes alturas em que me senti um pouco frustrado por a canção que gravava então não soar como queria, senti que podia soar melhor mas não possuía equipamento para isso. Com isso em vista, perdi muito tempo a experimentar sons, procurar a sonoridade que imaginava para essa música, a insistir em obter o melhor resultado para ela. Quando componho a canção, imagino-a na minha cabeça, imagino uma sonoridade, mas quando gravo as coisas não soam como imaginei, têm uma sonoridade diferente, por vezes melhor, por vezes bem pior. Mas concluindo, acho que o álbum está bem gravado, para quem não recorreu a um estúdio de gravação. Quanto ao aspecto burocrático, não o considero complicado e o facto de ter sido eu a gravar acarretou menos complicações no registo. O investimento é de facto um risco, revelo que nesta altura ainda não vendi suficiente para cobrir a despesa, mas de qualquer maneira já consegui fazer chegar a minha música a algumas pessoas, que é o objectivo principal nesta fase, promover o meu trabalho e partilhá-lo com as pessoas.