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sábado, 22 de janeiro de 2005

Saber

Palavras sábias do Hugo:

-- Não é saber, é a gestão que se faz do pouco que se sabe...

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Tamos tramados

Diálogo entre dois inadaptados. Aconteceu na passada sexta-feira, antes de um trabalho importante cuja preparação ambos haviam preguiçosamente negligenciado. Diz o primeiro, muito sério, mas calmo:

-- Pois é pá, tamos tramados...

-- Hum... já consideraste a hipótese de tu estares certo e o resto do mundo estar enganado?

-- Mesmo que isso seja verdade, ou entras no jogo e alinhas com o resto da malta, ou ficas sozinho, que te lixas!

Responde o segundo, com um meio-sorriso:

-- Convenceste-me.

E lá foram os dois.

domingo, 2 de janeiro de 2005

O pontapé

Doía-me o dedo grande do pé, por isso tomei uma decisão. Há muito que a vida desregrada que levo vinha exigindo sérias resoluções. É preciso um tipo ser responsável, ter consciência. É escandaloso como tenho sido um vadio infame, um boémio, um pecador, um falhado militante. A continuar neste desvairo, é de esperar que até o oxigénio venha a ter vergonha de me entrar nas narinas. E não tarda que revejam a Constituição para que possa ser punida a minha indiferença.

Basta a alguém ouvir-me conversar um pouco para me topar logo: gajas, poesia, bebedeiras, frustrações várias e pouco mais. Se calha o tema ser política ou economia, é só pra difamar os ranhosos capitalistas que mandam neste país todo menos em mim. Nem chego a ser um anarquista a sério -- sou um anarquista mete-nojo. Sou o Pacheco Pereira da Esquerda. E a maneira libertina como escrevo? Sempre a começar frases com "e", sempre a adulterar a sintaxe, armado em excêntrico. Uma vergonha.

Isto um dia tinha que acontecer, uma pessoa, mais cedo ou mais tarde, tem que pensar seriamente nas coisas. É que, ainda por cima, este desgraçado que vos fala é um idiota romântico. Em vez de ser esperto e partir para o engate descontraidamente e na desportiva, criei um penoso e pouco eficaz hábito de me perder de amores por rapariguinhas desconhecidas. Depois, como diz um amigo meu, ameaço-as com declarações de amor sinceras e convites pouco subtis. Por amor de deus, diz ele, as gajas não querem que as ponham num pedestal, querem que as ponham na cama. Ou, como diz o meu tio Zé (um sacana da pior espécie): deixa-te de paixões, uma gaja serve pra dar duas fodas e tá a andar.

Mas eu não aprendo, sou um errante crónico, e o pior de tudo é que acho imensa piada à ideia. Uma toupeira social no século XXI, um revolucionário fora de época, sem respeito pelas regras, sem rei nem roque. E um sentimental ingénuo, ainda por cima. Porra, hei-de ter um fim triste, se não apanho juízo.

Chegou pois a hora de dizer basta. Nada será como dantes. Um gajo não deve andar no mundo por ver andar os outros, deve ter princípios, um código de valores. Deve ter objectivos. Por isso, porque Liberdade é das poucas palavras que merecem maiúscula, porque a cerveja nunca me abandonou quando precisei dela, porque lutar por um amor improvável vale muito, mas muito mais, que uma conquista fácil, mas principalmente porque dei um brutal pontapé na perna da cama que me doeu como se me tivessem dado um chuto nos... por tudo isto tomei a firme decisão de, agora convicto e consciente, agora seguro dos meus deveres, continuar exactamente na mesma.



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