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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Donos de Portugal

Começa assim:

Imagina-se a consultar a edição de um jornal económico de um futuro longínquo, digamos, 2150? É difícil antecipar o que ali encontraria. Não se adivinha o suporte das notícias, muito menos os protagonistas dos factos.

Pois imagine agora que um seu antepassado, leitor das crónicas de negócios do século XIX, regressava a Lisboa para retomar as leituras. Que espanto sentiria ele ao encontrar os mesmos nomes daquelas grandes famílias que povoavam a Baixa ou a Lapa? Será que ainda vão lá estar em 2150?
Donos de Portugal é um filme de Jorge Costa, baseado no livro de que é co-autor, narrado pelo inigualável Fernando Alves. Pois que muitas estórias de encantar e cousas tantas fascinantes ficam por aprofundar, este é um apenas breve olhar sobre as grandes famiglias que há tanto tempo dominam o poder económico deste país submisso, sobrevivendo às mudanças de regime, sempre com a protecção do Estado. Não deixe de ver, que vale a pena. Está aqui, na íntegra:




Mais informação:

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um dia tão cinzento

Foi no dia 10 de Outubro de 1999 que votei pela primeira vez numas eleições. Fui um dos pouco mais de cem mil portugueses que, cansados do Centrão pançudo e corrupto, mas desconfiados do monocórdico e pseudo-democrático Partido Comunista, acreditaram num recém-nascido movimento polítco que chamava os bois pelos nomes. Daí para cá, as minhas convicções evoluíram; já deixei de votar e duvido que o volte a fazer nas condições actuais de representatividade. (Sei que muitos não gostam, que defendem uma certa democracia-do-papelinho-de-cinco-em-cinco-anos, mas não reconheço a ninguém o direito de me obrigar a exercer... um direito! Adiante.)

Miguel Portas (1958-2012)
Miguel Portas (1958-2012). © sapo.pt

Um dos que me levaram às urnas em 99 foi Miguel Portas, de quem tenho a dizer que, aparte algumas diferenças ideológicas, sempre foi mais aquilo que nos uniu do que o que nos separou. Na acção e no discurso, cedo o vi como uma personagem à parte, um tipo duma honestidade aparente e duma decência fora do normal entre os políticos. Posso ter-me enganado, até porque nunca o conhecerei pessoalmente, mas isso hoje pouco importa.

Pela influência que teve no meu amadurecimento como cidadão e pelo exemplo de tenacidade e humildade que me inspirou, nesta hora de tristeza para quem lhe foi querido, deixo aqui uma homenagem e um agradecimento ao Miguel, que morreu ontem [1] "em Antuérpia. Na véspera do 25 de Abril que mais dele precisa de quantos 25 de Abril vivemos depois de 1974." [2] Questiono-me agora se o 25 de Abril acabou [3] mesmo ou se apenas ficou mais cinzento.

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Referências:
[1] Notícia no Público.
[2] Artigo de Paulo Querido no Certamente.
[3] Artigo de Rui Eduardo Paes no Bitaites.



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