Bamos lá!
Começou no primeiro dia deste ano, num computador perto de si, mais um sítio da blogosfera.
-- E daí? Começam tantos, todos os dias...
Pois começam, milhares deles até, mas neste eu participo. Chama-se Bamos lá!
-- Ah, pronto, OK. Vamos onde?...
Agora, se tiverem a amabilidade de parar de me interromper, passo a citar o primeiro editorial do Bamos lá!:
Feito por gente sem tempo para gente sem tempo.A equipa, para já, é constituída por quatro membros: F. Neto, L. Carvalho, rosanita e eu. Apareça por lá. Está em http://bamosla.blogspot.com/.
Uma das frases que mais se ouve nos nossos dias deste nosso mundo dito civilizado é "Não tenho tempo.", ou a equivalente, um pouco mais fina, "Estou muito ocupad@".
Não tenho tempo para tomar um café com os companheiros, amigos, palhaços.
Beber umas cervejas?! Oh! Já lá vai o tempo! Agora esgotou-se.
Não tenho tempo para ler o jornal. Que digo?! Não tenho tempo para ler, ponto. Nem mesmo no pequeno escritório onde todos os dias nos sentamos, tendo ao lado os belos folhetos publicitários dos supermercados!
Não tenho tempo para praticar exercício, nem para um passeio, nem para um concerto, nem para…
Já disse: "Não tenho tempo".
Deste lado da barricada, também sofremos do mesmo problema. Já indagámos, já corremos vielas escuras, contactámos informadores, pagámos preciosas ondas telepáticas com o altíssimo e outros que tais… Nada. Ninguém sabe onde encontrar tempo, mais tempo.
Dado o problema e com falta de soluções à vista, a ideia luminosa apareceu: Bamos lá!
Bamos lá! não é um grito do Norte. É um grito de desespero, uma fuga de um beco que parece sem saída, é a tentativa de encontrar um momento onde o tempo, pela multiplicação do diálogo, seja parado. O "v" de todos os dias dá lugar a um "b" singular, que se destaca e reivindica a sua diferença. Ambas existem, co-existem. Este é o mote para atingir uma "linguagem menor" no seio de uma "linguagem maior" (conceitos tão bem explicados e hiperbolizados pelos nossos dois amigos Deleuze & Guattari).
No meio deste uniformização que nos absorve e nos quer todos iguais, o repto é parar, observar, pensar e partilhar.
Que melhor meio do que as Artes para podermos pensar o nosso mundo em tudo o que tem de positivo, negativo, neutro (ou neutralizador?)…?
Do cinema à literatura, passando por pintura, escultura, fotografia, B.D. e outros afins, Bamos lá!: observar, pensar e partilhar essas reflexões sobre aquilo vai acontecendo à nossa volta.
Bamos lá! – reivindicar o tempo para pensar!
A Equipa do Bamos lá!