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sexta-feira, 20 de março de 2009

Entrevista: Broken Sidewalk

Já aqui falei de Heading Somewhere, o primeiro disco do projecto Broken Sidewalk, do aveirense Pedro Mostardinha. Mas quem melhor que o próprio, para falar sobre o seu trabalho? A voz ao artista. Segue a entrevista.

*
Vitor Hugo: Pedro, dá-me três boas razões para eu comprar o CD de Broken Sidewalk.

Pedro Mostardinha: Esta pergunta é de certa forma complicada de responder... As razões que levam as pessoas a comprar CDs podem ser variadas, sendo um pouco pessoais por vezes, cada pessoa pode ter uma razão distinta para comprar um CD, se bem que por norma as pessoas compram porque gostam das músicas. No meu caso, acho que deves comprar o CD de Broken Sidewalk se gostares das músicas ou se o CD representar algo para ti. Na minha perspectiva é um disco bastante variado, que representa o meu trabalho em cerca de dois anos e tem uma capa que é bem gira. :P


VH: Sei que já tens amigos e fãs a ouvir o CD. Tens tido feedback?

PM: Sim. O que tenho ouvido é certamente positivo, as pessoas têm gostado do disco. Algumas pessoas ficaram surpresas, acho que imaginavam o álbum de outra forma. A presença da canção Move it, que foge um pouco ao estilo das outras músicas, também causou surpresa em algumas pessoas, não esperavam aquela canção no álbum. Quanto a musicas favoritas, noto uma grande dispersão, não existe uma música que seja claramente favorita, que traduz um pouco a “variedade” presente em Heading Somewhere.


VH: Desde a própria música, passando pela produção, gravação, até às questões burocráticas, acabou por ser fácil criar um disco sem a ajuda de uma editora? Foi caro? No geral, compensou?

PM: Bom, no processo de gravação houve por vezes alturas em que me senti um pouco frustrado por a canção que gravava então não soar como queria, senti que podia soar melhor mas não possuía equipamento para isso. Com isso em vista, perdi muito tempo a experimentar sons, procurar a sonoridade que imaginava para essa música, a insistir em obter o melhor resultado para ela. Quando componho a canção, imagino-a na minha cabeça, imagino uma sonoridade, mas quando gravo as coisas não soam como imaginei, têm uma sonoridade diferente, por vezes melhor, por vezes bem pior. Mas concluindo, acho que o álbum está bem gravado, para quem não recorreu a um estúdio de gravação. Quanto ao aspecto burocrático, não o considero complicado e o facto de ter sido eu a gravar acarretou menos complicações no registo. O investimento é de facto um risco, revelo que nesta altura ainda não vendi suficiente para cobrir a despesa, mas de qualquer maneira já consegui fazer chegar a minha música a algumas pessoas, que é o objectivo principal nesta fase, promover o meu trabalho e partilhá-lo com as pessoas.



VH: Neste disco, tu fizeste... huuum, tudo. Certo? Vozes, música, produção, ... ?

PM: Inicialmente queria convidar mais pessoas a entrar nas gravações, para trazer novos horizontes, para haver uma mistura de influências e para criar algo diferente do que normalmente faço. Tal não foi possível e acabei por gravar todas as canções por mim mesmo, com excepção de três canções: em Let it go, a minha amiga Susana Ferreira passou uma tarde a gravar vozes de fundo que mais tarde apaguei por simplesmente achar que não encaixavam na música (o que ela não achou muita piada... ha ha) mas sobrou um pouco do trabalho dela, e pode-se ouvir na última parte da canção.
O meu colega Hugo gravou a faixa de bateria em Far away from here. Ele tem bastantes influências de Punk e achei que seria uma boa música para ele tocar.
O músico Sérgio Mota, que estuda música na Universidade de Aveiro teve a gentileza de me gravar a faixa de órgão em Sorry.



VH: O que gostas mais de fazer? Cantar? Tocar guitarra? Tocar bateria? Produção?

PM: Depende do dia... depende do momento...


VH: Como descreverias a tua música? Rock? Pop?

PM: Não sou perito em identificar estilos musicais, mas penso que se enquadra em Rock. Acho que a maneira mais eficaz de a descrever é fazer as pessoas ouvir...


VH: Influências? Ouvi dizer que gostas de Oasis. Heading Somewhere deve-lhes alguma coisa?

PM: Fui claramente influenciado por eles, passei a minha adolescência a ouvir as suas músicas. Costumava cantá-las em frente a minha janela da sala, sitio onde também inventei algumas da minha autoria. Acho que em Heading Somewhere encontras algumas semelhanças com a sua música, por isso a resposta a tua pergunta será sim, devo aos Oasis e todas as bandas que me marcaram com a sua música.


VH: Não sou grande fã de Techno e afins, mas achei engraçada a faixa Move it. Broken Sidewalk terá futuro por aí?

PM: Penso que não será esse o caminho futuro para Broken Sidewalk, mas acho provável que componha mais músicas dentro do género, ou mesmo misturar ambos os estilos. Move it foi uma experiência, estava a testar software que tinha no meu computador e acabei por criar a música. O processo de composição foi relativamente rápido, demorei cerca de uma semana a gravá-la e produzi-la, quando numa música normal levo cerca de um mês. Lembro-me que mostrei a música ao meu primo, bastante severo na sua crítica, e ele esboçou um sorriso assim que ouviu os primeiros segundos. Percebi que tinha gostado, era algo de diferente e ele gostou disso. Não sabia o que esperar das outras pessoas que revelavam gosto pelas minhas músicas, mas acho que Move it conseguiu ser aceite pela maioria das pessoas.


VH: Como é que nasce uma canção? Vem de Paris, no bico duma cegonha?

PM: Ha ha, não, a cegonha ficou desempregada quando apareceu a UPS... Agora a sério, as minhas canções nascem normalmente de pequenas ideias que tenho quando toco algum instrumento. Quando tenho esse momento de inspiração, corro para pegar num gravador, por mais arcaico que seja, a memória já não é o que era... e não gosto de perder ideias de músicas. Ao contrário do que as pessoas possam pensar, as boas músicas não se forçam, acontecem... ou seja, não é por querer inventar uma boa canção hoje que vou conseguir fazê-lo. Como tudo na vida, o processo de invenção e de inspiração ocorre naturalmente. Quando menos esperares, ele acontece.


VH: Olhavas-te ao espelho quando escrevias para Heading Somewhere? Ou tens alguma musa inspiradora? Em suma, de que fala o disco?

PM: Cada canção tem a sua mensagem. Escrevo normalmente sobre algo que na altura faz sentido e está presente na minha vida, podendo ser algo de real ou imaginário. Nem tudo o que escrevo é sobre mim. O principal tema de que falo nas minhas músicas é sobre problemas que ocorrem na vida, geralmente associados a uma ideia de esperança em os superar. Quanto a musas, acho que é justo dizer que existiram, mas não digo mais... :P


VH: Provocação: há quem diga que fazer música sozinho é um acto de masturbação? Concordas?

PM: Não olho para a música como algo de sexual. Mas acho que faz um certo sentido, uma vez que tens prazer sozinho... O que discordo é que normalmente as músicas serão partilhadas com alguém e terás prazer em ouvir o que as pessoas dizem sobre elas, e dando prazer a quem as ouve, fazendo a relação estender-se para além do músico que as compôs, não sendo a relação somente no momento isolado da composição, mas no processo de composição e distribuição.


VH: Agora a polémica: porque cantas em inglês? Achas o inglês mais adequado à tua música? Ou é mais fácil de escrever? Ou é para poderes “exportar”? Já escreveste em português?

PM: Eu sempre tive uma certa tendência para escrever em inglês. Parece-me que tem a ver com as bandas que me marcaram e que me incentivaram a querer fazer a minha própria música. Não encontro bandas nacionais que me tenham marcado profundamente. Muitas pessoas me perguntam se não penso em escrever em português, e confesso que a ideia é apelativa. Da minha experiência, parece ser mais difícil escrever letras em português, acho que é necessário muito mais cuidado, e nem tudo o que escreverias em inglês soará bem em português...


VH: Porquê “Broken Sidewalk”?

PM: Na altura tinha um nome de banda que não me dizia nada, decidi alterá-lo e marcar a alteração com uma mudança de atitude... Fiz uma lista de nomes que achei engraçados, entre eles “Broken Sidewalk”. Lembro que fiz uma votação para ver qual o nome que as pessoas preferiam e “Broken Sidewalk” foi o eleito pela maioria. Ao ver isso, analisei o nome em mais detalhe e vi que era exactamente o que procurava... As minhas letras falam maioritariamente de problemas (as quebras) na vida (passeio).


VH: Tens concertos planeados? Pretendes actuar sozinho, ou queres formar uma banda?

PM: Tenho algumas propostas que ainda não sei se se vão concretizar. A nível do alinhamento nos concertos, pretendo ter uma banda para tocar comigo, ter mais músicos pode trazer mais envolvência e uma sonoridade menos monótona. Quanto a compor, prefiro continuar sozinho....


VH: E agora, Pedro? Heading where? Já tens uma ideia? Há material novo? Para terminarmos, se quiseres, deixa uma mensagem aos teus fãs.

PM: Humm, vou esperar para ver onde este album me dirige... será algures, presumo! :P
De momento tenho algumas ideias que poderão gerar algumas canções. Na minha cabeça têm uma sonoridade diferente de Heading Somewhere, algo mais calmo e mais simples... Mas não sei dizer como ficarão quando estiverem prontas...
Eu tenho fãs??? Ah, está bem... Espero que a minha música vos ajude de qualquer forma, espero que sirva de banda sonora para muitos e bons momentos da vossa vida... Obrigado! Abraços e beijinhos para todos...


Fotos: Pedro Mostardinha, Mário Fragoso

1 comentário:

LN disse...

Nice blog.
!



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