Nobrezas
Ouvi dizer que Fernando Nobre (FN) não foi eleito presidente da Assembleia da República (AR) por falta de... experiência política. No entanto, é um dos poucos deputados que se pode gabar de ter sido sufragado directamente pelos cidadãos portugueses e, diga-se, com invejáveis resultados (16% nas presidenciais), além de ter sido cabeça de lista nas últimas eleições, também com sucesso. FN é um dos poucos deputados que são minimamente conhecidos pelos portugueses, e é também um dos poucos que não fizeram do partidarismo vida, um dos cada vez menos que fizeram algo na vida a que se possa chamar trabalho. Pois.
Por falar nisso, será que os bem-intencionados cinco milhões e meio de votantes das legislativas conhecem o curriculum vitae de Passos Coelho?
FN, o puro, o independente, o apartidário, após de concluir que "se não os vences, junta-te a eles", juntou-se aos vencedores. Ainda acabado chegar ao centrão, à ganância, quis ser tachista-mor e fez depender o seu mandato de deputado da eleição como presidente da AR. Previsivelmente, a máquina partidária castigou-o. Cabisbaixo, FN deu o dito por não dito e afinal fica em São Bento. [1] As máquinas partidárias, como qualquer organismo do Estado, sabem bem quem são os seus. São precisos alguns anos de submundo para se chegar a capo...
Não se é da famiglia de um dia para o outro. O homem tinha mesmo falta de experiência política.
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[1] Actualização, 4 de Julho de 2011:
Pensando bem, gostou muito de estar ao lado do "senhor doutor Pedro Passos Coelho", mas afinal não fica.