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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Acabou-se

Agora é mesmo a sério. O Blog do Gato Preto acaba aqui, oito anos depois.

Este blog nasceu do meu gosto pela partilha de informação, característica que mantenho. No entanto, creio que talvez uma certa ambiguidade temática me tenha tornado demasiado tímido para o alimentar convenientemente. Julgo que nunca consegui fazer a necessária evolução, do diário lírico-romântico que começou por ser e que já não me satisfaz, para o registo pessoal livre e descomprometido que hoje me apetece e que sinto já não caber confortavelmente aqui.

O boom bloguista que marcou a Web do final do séc. XX esmoreceu, mas as redes sociais não conseguiram substituir este formato. Além de não serem ainda capazes de imitar a sua profundidade em termos de conteúdo e personalização, complementaram-no, ajudando na sua divulgação e discussão. Mais: a revolução no mundo da informação global ainda agora começou – o fim do monopólio da divulgação de informação pela chamada Comunicação Social é, acredito, o início de uma era de cidadãos potencialmente mais livres e conscientes. E aqui, o formato web log tem um papel ímpar.

A terminar este ciclo, sei que por muitas incertezas que me tenha causado, por muito que tenha sido o tempo – ainda assim tão pouco – que investi neste site, não tenho dúvidas de que valeu a pena – na pior das hipóteses, aprendi muito! Gostei tanto da experiência, que a recomendo a qualquer pessoa que tenha histórias para contar. Gostei tanto, que a vou recomeçar, noutro Registo [ainda não está aberto!].

Até à vista, car@s leitor@s, obrigado por tudo. Lêmo-nos em breve [ainda esta década...].

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Porque duram os produtos electrónicos cada vez menos?

Primeiro, um palavrão, para quem não souber: obsolescência diz-se daquilo que é obsoleto, ou antiquado, daquilo que cai em desuso.

Sobre um tema do qual muitos de nós, intuitivamente, nos damos conta, A História Secreta da Obsolescência Planeada é um documentário que mostra como os empresários industriais, postos perante a necessidade de motivar o consumo, optaram por fabricar produtos de pior qualidade, obrigando os consumidores a terem de adquirir novos, mais regularmente. Esta estratégia foi (e é) conseguida através de acordos secretos entre concorrentes, os chamados carteís, à margem dos cidadãos, dos governos e das leis.

Porque duram os produtos electrónicos cada vez menos? Como é que em 1911 uma lâmpada teria uma duração certificada de 2.500 horas e cem anos depois a sua vida útil se tenha reduzido a metade?
Este filme franco-catalão, que vos apresento na íntegra (com legendas em português), além de uma análise histórica, aborda vários exemplos da indústria do desperdício e da exploração do consumidor, bem visíveis no nosso dia-a-dia, desde a impressora caseira que se recusa a imprimir, até à célebre história da (des)evolução das lâmpadas de filamentos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Espamação precoce

Raras vezes tive o privilégio (ou a paciência) de contemplar o engenho dos laboriosos spammers [1] que diariamente me enchem a pasta do spam com porcaria. É uma pena, digo-o com sinceridade, porque há ali tesouros incríveis. Lamentavelmente, há muito que nem sequer abro esse tipo de mensagens; o meu programa de email é bastante eficaz a separar o trigo do joio.

Hoje, no entanto, um título chamou-me a atenção:

{Ola|Bom dia} , Um cargo com um {salario|lucro} alto

"Lindo! O gajo largou-se", pensei. De facto, estava perante uma mensagem enviada por engano, formatada para ser lida, não por mim, mas por um programa de computador que seleccionaria (de forma aleatória?) várias expressões alternativas (entre chavetas e separadas por barras verticais), de forma a que cada email, enviado de forma automática, fosse diferente do anterior. Por exemplo, com o comando "{Ola|Bom dia}" o dito programa escolherá uma das duas, "Ola" ou "Bom dia", e substituirá todo o comando pela expressão escolhida. Simples não é?

Para público regozijo, enquanto salivamos pela versão corrigida, aqui fica esta maravilha de esboço – uma oferta de trabalho num grande banco japonês!

domingo, 3 de junho de 2012

Pure genius – a draft definition

Pure genius – necessary and sufficient conditions:

1. Learn all around you, even if it seems wrong;
2. Then do things differently, even if it seems wrong to others;
3. Work hard;
4. Both 1 and 2 require 3.


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Tradução para português: aqui.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Donos de Portugal

Começa assim:

Imagina-se a consultar a edição de um jornal económico de um futuro longínquo, digamos, 2150? É difícil antecipar o que ali encontraria. Não se adivinha o suporte das notícias, muito menos os protagonistas dos factos.

Pois imagine agora que um seu antepassado, leitor das crónicas de negócios do século XIX, regressava a Lisboa para retomar as leituras. Que espanto sentiria ele ao encontrar os mesmos nomes daquelas grandes famílias que povoavam a Baixa ou a Lapa? Será que ainda vão lá estar em 2150?
Donos de Portugal é um filme de Jorge Costa, baseado no livro de que é co-autor, narrado pelo inigualável Fernando Alves. Pois que muitas estórias de encantar e cousas tantas fascinantes ficam por aprofundar, este é um apenas breve olhar sobre as grandes famiglias que há tanto tempo dominam o poder económico deste país submisso, sobrevivendo às mudanças de regime, sempre com a protecção do Estado. Não deixe de ver, que vale a pena. Está aqui, na íntegra:




Mais informação:

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um dia tão cinzento

Foi no dia 10 de Outubro de 1999 que votei pela primeira vez numas eleições. Fui um dos pouco mais de cem mil portugueses que, cansados do Centrão pançudo e corrupto, mas desconfiados do monocórdico e pseudo-democrático Partido Comunista, acreditaram num recém-nascido movimento polítco que chamava os bois pelos nomes. Daí para cá, as minhas convicções evoluíram; já deixei de votar e duvido que o volte a fazer nas condições actuais de representatividade. (Sei que muitos não gostam, que defendem uma certa democracia-do-papelinho-de-cinco-em-cinco-anos, mas não reconheço a ninguém o direito de me obrigar a exercer... um direito! Adiante.)

Miguel Portas (1958-2012)
Miguel Portas (1958-2012). © sapo.pt

Um dos que me levaram às urnas em 99 foi Miguel Portas, de quem tenho a dizer que, aparte algumas diferenças ideológicas, sempre foi mais aquilo que nos uniu do que o que nos separou. Na acção e no discurso, cedo o vi como uma personagem à parte, um tipo duma honestidade aparente e duma decência fora do normal entre os políticos. Posso ter-me enganado, até porque nunca o conhecerei pessoalmente, mas isso hoje pouco importa.

Pela influência que teve no meu amadurecimento como cidadão e pelo exemplo de tenacidade e humildade que me inspirou, nesta hora de tristeza para quem lhe foi querido, deixo aqui uma homenagem e um agradecimento ao Miguel, que morreu ontem [1] "em Antuérpia. Na véspera do 25 de Abril que mais dele precisa de quantos 25 de Abril vivemos depois de 1974." [2] Questiono-me agora se o 25 de Abril acabou [3] mesmo ou se apenas ficou mais cinzento.

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Referências:
[1] Notícia no Público.
[2] Artigo de Paulo Querido no Certamente.
[3] Artigo de Rui Eduardo Paes no Bitaites.



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